Gerald estava deitado em sua cama olhando fixamente para o teto.
Naquele momento, muitos pensamentos e sentimentos passavam por sua
cabeça. Ele não queria ter esses tais pensamentos e sentimentos, mas
devido ao seu estado emocional, era inevitável. Revoltado com
acontecimentos recentes, Gerald sentia um desejo incontrolavel de dar um
fim aquilo que o incomodava.
Há um tempo atrás Gerald se mudou para uma nova casa, mas o que parecia ser um nova etapa
em sua vida, se tornou uma época de transtornos. Em um local que
parecia tranquilo, havia uma vizinhança que aparentemente era amigável,
mas na verdade, essas pessoas não passavam de um bando de mal-educados. A
todo o custo essas pessoas queriam de alguma forma incomodar Gerald,
seja por barulhos em horários indevidos ou por frases maldosas em forma de
indiretas. Gerald sempre foi um rapaz tranquilo, não gostava de
desavenças e nem de injustiças, não entendia o porque de toda aquela
maldade, mas descobriu por si só o quanto o ser humano pode ser mau.
Observando cada movimento, ele sabia que algo errado havia com aquela
vizinhança. Gerald conseguiu lhe dar bem com isso por algum tempo, mas
como tudo tem um limite e as provocações chegaram a um nível absurdo,
Gerald decidiu dar um fim a esse tormento, queria retribuir todas as
ofensas recebidas e ir mais além, queria provocar dor aos seus
desafetos.
Gerald pegou a arma herdada de seu pai, uma pistola calibre 12 com
muita munição, e estava praticamente pronto para começar seu plano de
vingança.
Enquanto esperava o momento exato de agir, Gerald andava de um lado
para o outro, indo de cômodo em cômodo, pisando firme e com respiração
ofegante, com o sentimento de ódio crescendo cada vez mais. Até que, ao voltar para a sala, notou que havia alguém sentado na poltrona.